Você já ouviu falar em uma cidade digital? Esse conceito vem ganhando cada vez mais força devido a um conjunto de fatores relacionados à visão estratégica e aplicação de tecnologia nas cidades.

Segundo Celso Campello Neto, professor da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), uma cidade digital preza pela modernização da gestão pública, oferta de novos serviços e facilidades para as pessoas.

Na prática, significa levar aos seus habitantes uma nova perspectiva de cidadania.

Acompanhe a leitura e saiba mais sobre o conceito e tudo que pode oferecer em termos de tecnologia e inovação.

Um pouco mais sobre o conceito e sua aplicação

Como você viu, uma cidade digital deve oferecer muito mais que apenas conectividade.

Atualmente, é preciso atentar-se a quatro aspectos relacionados ao conceito descritos por André Lemos no livro Cidade digital: portais, inclusão e redes no Brasil.

Uma primeira definição é sobre os projetos governamentais, privados e/ou da sociedade civil que visam criar uma representação na internet de um local.

Estamos falando de uma espécie de portal com informações gerais e serviços, comunidades virtuais e representação política de determinada área urbana.

Outro aspecto diz respeito à criação de infraestrutura, serviços e acesso público para o uso das novas tecnologias de comunicação e informação. O objetivo é criar interfaces entre o espaço eletrônico e o espaço físico por meio de infraestruturas gerais.

As modelagens 3D para criação de simulação de espaços urbanos também são destacadas. Tais modelos auxiliam estrategicamente no planejamento e gestão do espaço, diretamente relacionado com o quarto aspecto, referente a projetos que não representam um espaço urbano real, conhecidos como cidades não enraizadas.

Na prática, falamos de sites que criam comunidades virtuais (fóruns, chats, etc.) utilizando a metáfora de uma cidade online para a organização do acesso e da navegação.

E quanto ao Brasil?

O Brasil tem acompanhado essa tendência mundial. O Ministério das Comunicações tem um programa chamado Cidades Digitais que visa modernizar a gestão, ampliar o acesso aos serviços públicos e promover o desenvolvimento dos municípios brasileiros por meio da tecnologia.

As cidades que recebem essa estrutura são selecionadas por meio de edital. No ano de 2012 o Ministério das Comunicações abriu a primeira seleção para o projeto-piloto com 80 municípios contemplados.

Em 2013, o Cidades Digitais foi incluído no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal, selecionando 262 municípios com população de até 50 mil habitantes.

A Carta Brasileira de Cidades Inteligentes também é um marco importante, destacando a necessidade de incorporação da realidade digital nas cidades, bem como a integração de demandas de água, saneamento, habitação e todas as outras questões básicas relacionadas às cidades.

Assim, infraestrutura digital é de inclusão, para todos os setores. A carta é o primeiro marco regulatório brasileiro para as políticas públicas de cidades inteligentes e digitais.

Tecnologia e qualidade de vida​

Com o avanço da transformação digital no mercado, da popularização da internet e da facilidade para aquisição diversos dispositivos eletrônicos, tanto pessoas quanto empresas estão cada vez mais familiarizadas e adeptas aos serviços e produtos tecnológicos.

Isso acontece porque essas soluções tendem a oferecer mais benefícios, facilidades e vantagens para a população do que os modelos antigos e tradicionais.

Um exemplo é a crescente utilização de aplicativos para smartphones. Um dos segmentos que se destaca é o de bancos totalmente digitais.

Ou seja, são organizações reais mas sem agências físicas e que prestam qualquer tipo de serviço bancário via internet ou telefone.

Dessa forma, qualquer cliente consegue realizar transações financeiras, pagar contas, solicitar empréstimos e acessar qualquer informação de sua conta sem a necessidade de sair de casa.

Entretanto, no contexto de uma cidade digital, essas praticidades são muito valorizadas, sobretudo no momento em que vivemos

Prova disso são os resultados da pesquisa global intitulada “Ruas Inteligentes: Colocando o Cidadão no Centro das Iniciativas de Cidades Inteligentes”, realizada pela Capgemini.

Veja algumas estatísticas:

  • 57% afirmam que o modelo de cidade fornece melhor qualidade dos serviços urbanos;
  • 36% das pessoas estão dispostas a pagar mais por essa experiência urbana enriquecida;
  • 40% deixariam suas cidades devido à frustrações digitais.

Como tornar isso possível? Além de tecnologia, o planejamento urbano é uma das peças fundamentais.

Cidade digital e planejamento urbano

Não há como investir em tecnologia para tornar uma cidade digital sem o mínimo de planejamento urbano.

É essencial que ambos sejam aplicados de maneira conjunta, afinal, o desenvolvimento e a implementação de recursos modernos para gestão estão diretamente relacionados ao nível de organização urbana.

Quer um exemplo? Pense em um centro urbano que passe a implementar uma série de recursos e ferramentas de controle em seu setor de tráfego de veículos, como sensores nas vias, semáforos e dispositivos de coleta de dados

Quais são os efeitos desses instrumentos em uma cidade que ainda apresenta problemas estruturais? É uma pergunta necessária antes de se realizar qualquer tipo de investimento.

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Quais são os benefícios para a gestão pública?

O uso das tecnologias e o investimento na criação de uma cidade digital promove uma série de benefícios tanto para a gestão pública quanto para a população.

Para o primeiro, a adoção de sistemas inteligentes, sensores e dispositivos automatizados faz com que a gestão seja mais eficiente e otimizada.

Logo, a tendência é que a ocorrência de problemas seja menor e sua resolução mais rápida, além da redução de custos e uma melhor alocação de recursos.

Já para a população, a gestão otimizada e os investimentos em soluções digitais resultam em mais facilidade para informar e ser informada sobre tudo aquilo que acontece no meio urbano.

Como resultado, há melhoras na qualidade de vida, mais facilidade de locomoção e aproveitamento do ambiente público também.

Gostou do conteúdo?

Nesse blog post explicamos mais a fundo sobre o conceito de cidade digital, um modelo que visa muito mais que conexão. Visa a otimização de serviços, cidadania e qualidade de vida para todos!

Assim, com a ajuda da tecnologia todos os serviços públicos melhoram porque é gerada uma enorme quantidade de dados e muitos processos são automatizados.

A iluminação pública, a coleta de lixo e a gestão do trânsito são exemplos de áreas que só têm a ganhar com a implementação de cidades inteligentes e digitais.

Continue acompanhando nosso blog e fique bem informado sobre diversos temas de interesse público.