Iluminação pública e eficiência energética são tópicos amplamente discutidos atualmente, principalmente quando falamos em cidades inteligentes. Isso porque, para uma cidade ser considerada inteligente, um dos sistemas que deve funcionar de forma otimizada é o de iluminação. 

Além disso, a iluminação pública e eficiência energética devem caminhar juntas, trazendo diversos benefícios para as cidades, como economia de gastos e sustentabilidade.

Continue com a gente para entender a relação entre iluminação pública e eficiência energética e quais são os desafios e vantagens dessa combinação. Boa leitura!

O que é eficiência energética?

Basicamente, eficiência energética é a utilização racional de energia. Isso significa usar menos energia para obter o mesmo resultado, de forma mais rápida, econômica e sustentável.

Por exemplo, uma lâmpada incandescente gasta muito mais energia do que uma lâmpada LED para produzir a mesma quantidade de luz. Ou seja, trocar uma lâmpada incandescente por uma lâmpada LED é uma ação de eficiência energética.

Qual a relação entre modernização da iluminação pública e eficiência energética?

A modernização da iluminação pública e a eficiência energética tem tudo a ver! Entenda: a modernização ocorre principalmente através da substituição das lâmpadas de vapor de sódio de alta pressão, vapor metálico e vapor de mercúrio para as de Light Emitting Diode (LED, ou Diodo Emissor de Luz, em português). 

A modificação decorre das vantagens desse modelo de iluminação. Isso porque as lâmpadas de sódio, vapor metálico e de mercúrio possuem um alto consumo de energia elétrica, baixa eficiência luminosa e materiais tóxicos. Além disso, elas geram impacto ambiental no descarte e necessidade de substituição e manutenção frequentes. 

Por outro lado, as lâmpadas de LED possuem inúmeras vantagens para a iluminação pública. Veja:

• Redução do consumo de energia elétrica;
• Melhor eficiência luminosa;
• Ausência de metais pesados;
• Baixo custo de manutenção;
• Maior durabilidade.

Viu só? As características do LED são as mesmas da eficiência energética, ou seja: geração de maior ou a mesma quantidade de energia com o menor consumo de recursos.

Ah! De acordo com a resolução n° 414 de 2010 da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), a gestão, manutenção e modernização da iluminação pública agora é responsabilidade dos municípios brasileiros. 

Por isso, os municípios brasileiros já estão em busca da modernização de iluminação pública e eficiência energética. Belo Horizonte, por exemplo, já modernizou mais de 100 mil pontos de iluminação, reduzindo o índice de reclamação da população entre 2 a 3%.  

Desafios da modernização da iluminação pública e eficiência energética

A partir do momento que se entende qual o esforço está sendo feito para o aumento da eficiência energética na iluminação pública, é possível compreender os desafios que fazem parte desse sistema. 

Porém, os desafios aqui podem ser entendidos como situações que, apesar de exigirem um maior esforço, são necessárias para o funcionamento excelente e que elevam o padrão de qualidade da iluminação viária.  

Confira alguns dos principais desafios da modernização de iluminação pública e eficiência energética, e como eles podem ser resolvidos:

Conhecimento dos benefícios

Muitos gestores empresariais ainda não reconhecem o impacto positivo que as políticas de eficiência energética podem ter, tanto em termos financeiros para suas empresas quanto em aspectos sociais.

Para abordar essa questão, a Abrace, em colaboração com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), desenvolveu uma abordagem inovadora pelo Programa Aliança. Este programa foi implementado em 12 plantas industriais em 2017, especialmente em setores de alto consumo energético. A iniciativa visava mostrar às empresas como podem aprimorar sua eficiência energética.

Os resultados foram visíveis: os projetos identificados pelo programa resultaram em uma economia anual de R$161 milhões para as empresas envolvidas.

Além disso, mais da metade dessas melhorias já foram efetivamente implementadas, e muitas delas não exigiram a substituição de equipamentos, mas sim otimização de processos.

Como consequência direta dessas mudanças, as empresas beneficiadas conseguiram reduzir seus custos operacionais em R$87 milhões por ano ao mesmo tempo em que economizaram um total de 175.291 MWh de energia.

Capacitação profissional

Sabemos que comunicar a importância da responsabilidade ambiental aos líderes empresariais é uma tarefa desafiadora.

Além disso, a falta de conhecimento aprofundado sobre sustentabilidade dificulta a conscientização de profissionais que nunca tiveram a oportunidade de se aprofundar nesse assunto.

No entanto, é importante destacar que as vantagens de uma gestão energética eficiente são significativas tanto para as empresas quanto para as usinas sustentáveis.

Isso porque essa abordagem permite que as empresas se alinhem com as preocupações globais em relação à proteção ambiental e também acompanhem as tendências do mercado financeiro.

Certificação 

A Portaria INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia) nº 20, vigorada em 2019, regulamenta as luminárias utilizadas na iluminação viária. A norma tem o objetivo de estabelecer padrões mínimos de qualidade para o desempenho e segurança das luminárias de LED.

Portanto, atualmente, todas as lâmpadas com tecnologia LED devem possuir o selo INMETRO supracitado e a etiqueta ENCE (Etiqueta Nacional de Conservação da Energia). Nesta etiqueta consta o número do registro, os dados da luminária e informações do fabricante. 

Assim, apesar de o cumprimento da normativa poder ser percebido como um desafio, visto sua regulamentação recente, é preciso que todas as lâmpadas adquiridas possuam a certificação do INMETRO para a garantia de qualidade do produto e o seu desempenho sem falhas. 

Telegestão

A segunda questão que permeia a temática de iluminação pública e eficiência energética é a telegestão. Esse sistema permite o controle e gestão das luminárias de forma remota e automatizada. 

Indo além, este modelo de gestão, por meio de hardwares instalados nos postes de iluminação viária, é capaz administrar e programar o acendimento de lâmpadas. Além disso, ele pode detectar problemas ou falhas e antecipar manutenções. 

Por isso, as luminárias de LED com um sistema de telegestão acoplado é um dos passos em direção às cidades inteligentes. E é também um desafio inovador a ser incorporado pelas prefeituras que gerenciam a iluminação pública e eficiência energética dos municípios. 

Conclusão

Nesse artigo, mostramos de que forma os conceitos de iluminação pública e eficiência energética estão relacionados, trazendo as lâmpadas de LED como exemplos de tecnologias energeticamente eficientes. 

O cenário, portanto, se desenha de forma positiva para a modernização dos parques de iluminação pública. Porém, é importante que as prefeituras se atentem a alguns desafios, como manter os padrões de qualidade propostos pelo INMETRO e a incorporação de outras soluções, como a telegestão. 

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