A intensa produção de resíduos e o seu descarte inadequado em diferentes regiões do país causam implicações diretas na saúde pública e no meio ambiente. Dessa forma, a classificação de resíduos é uma das alternativas mais adequadas para a destinação ambientalmente correta. 

O relatório What a Waste 2.0 revelou que 2,01 bilhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos são gerados todos os anos no mundo. Contudo, a projeção é que em 2050 esse número chegue a 3,40 bilhões, um aumento muito expressivo que quase chega a 70%.

Entretanto, no Brasil, a geração de resíduos sólidos urbanos também não é diferente. Nos últimos anos, o país tem apresentado uma curva ascendente na quantidade total de resíduos. Segundo o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil (Abrelpe), 29,5 milhões de toneladas de resíduos foram despejados inadequadamente em lixões ou aterros controlados em 2020. 

Além disso, cerca de 6,3 milhões de toneladas continuam sem coletas e sendo depositadas sem nenhum controle todos os anos. Devido às irregularidades, muitos resíduos se tornaram altamente perigosos para o meio ambiente.

Para mitigar esses impactos, acompanhe a leitura e saiba mais sobre a classificação de resíduos. 

O que é classificação de resíduos?

A classificação de resíduos no Brasil é uma norma que envolve a identificação e os potenciais riscos que os resíduos podem causar na saúde coletiva e no meio ambiente.

A partir dessa definição, pode-se melhorar o processo de gerenciamento de resíduos e evitar prejuízos ainda maiores, seja na fase de coleta, transporte ou destinação final.

De acordo com a norma a NBR 10.004/04 da ABNT, a classificação de resíduos são dividida em categorias. Confira a seguir quais são elas:

Resíduos Perigosos (Classe I)

Primeiramente, os resíduos perigosos são caracterizados como possíveis causadores de danos ao entrar em contato com outros resíduos. Esses materiais apresentam periculosidade a saúde e meio ambiente em razão de suas propriedades de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade.

Alguns exemplos: lubrificantes, graxas e pneus.

Resíduos não Perigosos (Classe II A – Não Inertes)

Mesmo não contendo os mesmos componentes, os resíduos não perigosos apresentam os mesmos riscos que os materiais Classe I no processo de descarte. Isso se justifica porque os materiais apresentam características de biodegradação, combustibilidade e solubilidade em água.

Alguns exemplos: restos de madeira, gessos e materiais têxteis

Resíduos não Perigosos (Classe ll B – Inertes)

São materiais que não impactam o meio ambiente por não conter elementos biodegradáveis e solúveis. 

Além disso, são resíduos que quando entram em contato com a água não sofrem alterações químicas, físicas ou biológicas – ou seja, se mantêm inalterados ao longo do tempo.

Alguns exemplos: alumínio, areia e entulhos de construções.

Até aqui, você pôde acompanhar a classificação de resíduos definidos pela norma ABNT. No entanto, há outras classificações necessárias para a gestão adequada dos resíduos.

São elas:

  • Resíduo hospitalar: agulhas, máscaras, luvas e gazes.
  • Resíduo industrial: metal, solventes, óleos e produtos químicos. 
  • Resíduo de construção civil: tijolos, canos, azulejos e argamassa. 
  • Resíduo agrícola: embalagem de agrotóxico, palhas, raízes e estrume. 
  • Resíduo doméstico: restos de alimentos, fraldas descartáveis e todo aquele considerado lixo orgânico.
  • Resíduo reciclável: garrafas pet, jornais, papelão e vidro.

Laudo de classificação

O laudo de classificação é um documento que identifica o enquadramento do resíduo nas classes I e II, conforme a norma ABNT. Em outras palavras, o laudo de classificação de resíduos compreende o tipo, complexidade, finalidade do resíduo e seu potencial risco ambiental. 

Além disso, é importante que seja constatado:

  • Indicação da origem do resíduo;
  • Descrição do processo de segregação;
  • Descrição do critério adotado na escolha de parâmetros analisados;
  • Inserção de laudos de análises laboratoriais quando necessário.

Dessa forma, é possível definir o descarte adequado e os cuidados no processo de embalagem, transporte e manuseio do material, sobretudo, para os resíduos de Classe I (perigosos). 

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Neste material você compreendeu como é realizada a classificação de resíduos e os impactos que estes causam à saúde pública e ao meio ambiente. Do mesmo modo, ao considerar esse cenário, percebe-se a necessidade do gerenciamento de resíduos nas smart cities modernas. 

Como resultado, a soma da tecnologia com as ações de mitigação ambiental são fundamentais para o controle de resíduos e o sistema de coleta como um todo.

Por fim, se você deseja saber mais sobre a temática clique aqui e boa leitura!