Sem dúvidas, quando falamos em cidades e mobilidade, as vias urbanas estão entre as principais pautas devido os impactos diretos na qualidade de vida dos habitantes.
Quando a gestão, seja pública ou privada, adota práticas com foco no desenvolvimento das cidades, os desafios envolvendo deslocamento e custos de manutenção são nitidamente menores.
De acordo com os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que cerca de 1,25 milhão de pessoas morrem todos os anos em virtude dos acidentes de trânsito. Desse total, metade das vítimas são pedestres, ciclistas e motociclistas.
Infelizmente, no Brasil o cenário não é diferente. Atualmente, o país é o quarto do mundo que mais mata no trânsito. Em números, isso representa 34 mil mortes, o que equivale uma morte a cada 15 minutos, segundo dados do Observatório Nacional de Segurança Viária (Onsv).
Os acidentes de trânsito se tornaram um problema de saúde pública no país. No entanto, a maioria deles é evitável – exemplo disso é o planejamento urbano somado a soluções no sistema viário.
Para saber mais sobre a realidade urbana com base nos impactos das vias urbanas, acompanhe a leitura!
Iniciativas importantes
A transformação das cidades quando pensadas no bem-estar e mobilidade de todas as pessoas, tornam o ambiente urbano mais resiliente e inclusivo.
Por esse motivo, a Organização das Nações Unidas (ONU), propõe que os estados-membros estabeleçam 30 km/h como limite de velocidade máxima nas vias urbanas.
Isso porque, a probabilidade de uma morte em uma colisão a 80 km/h é 20 vezes maior do que o impacto de 30 km/h que está sendo imposto.
Por esse motivo, Curitiba aderiu à proposta. Atualmente, 49% das vias têm limite máximo de 40 km/h, 30% tem limite de 30 km/h e apenas 6% permitem velocidade acima de 50 km/h.
Além disso, com o conceito de Ruas Completas, o projeto da World Resources Institute Brasil (WRI) busca por soluções nas vias urbanas do país.
A Ruas Completas tem o objetivo de transformar o desenho viário com base em soluções para o tráfego de veículos, além de oferecer segurança e conforto à população.
Para tornar o projeto eficiente, o desenho urbano deve corresponder ao contexto da área desejada, refletir a identidade da rua e atender as necessidades da população local.
Com o projeto de mudança nas vias urbanas, as pessoas passaram a priorizar meios de deslocamento mais sustentáveis, como o transporte público, bicicleta e caminhada.
Dessa forma, planejar e adotar soluções como o projeto Ruas Completar tornam as cidades do futuro mais seguras, saudáveis e democráticas.
Vias urbanas brasileiras em destaque
O diretor do programa de Cidades do WRI Brasil, Luis Antonio Lindau, ressalta que a pandemia reforçou a necessidade de transformação das cidades. Para ele, “A infraestrutura no mundo vai ser mudada massivamente nos próximos anos – precisamos mudar para melhor.”
Exemplo dessa transformação, é a Rua Joel Carlos Borges, em São Paulo, que faz parte do projeto e políticas Ruas Completas.
Com faixas de até 2 metros de largura, a implementação aumentou em 70% o espaço viário destinado exclusivamente para pedestres. Em números, a revitalização na via urbana resultou em 92% a satisfação e qualidade de vida da população.
Além disso, após a intervenção, 80% das pessoas consideram a via segura. Sob o mesmo ponto de vista, 91% deles se deslocam através da caminhada, trem e ônibus, enquanto apenas 7% se deslocam de carro.
Do mesmo modo, a Rede de Espaços Públicos – uma iniciativa do IPUF (Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis), tem como objetivo valorizar o pedestre através de calçadas qualificadas na capital do estado de Santa Catarina.
Portanto, para garantir a acessibilidade universal, a calçada qualificada é uma alternativa para reduzir o uso de veículos motorizados. Além de fomentar a mobilidade sustentável através de vias urbanas seguras, compactas e acessíveis.
A reconstrução nas vias urbanas é hoje uma grande oportunidade para qualificar o ambiente urbano, mobilidade e bem-estar daqueles que vivem e transitam nas cidades.
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De fato, ainda são muitos os problemas verificados nas vias urbanas decorrentes da ausência e até mesmo do planejamento inadequado.
Isso porque, sistemas viários funcionais impactam diretamente nos serviços de gestão urbana como serviços de limpeza, coleta de lixo, segurança e iluminação pública.
Por fim, se você tem interesse em saber mais sobre a temática, acesse aqui um conteúdo exclusivo e boa leitura!
Exati
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