Surgindo como um braço da anterior ISO 37120, a norma define os conceitos que tornam uma cidade inteligente, ou Smart City.
A Internet das Coisas (Internet of Things – IoT) e as Smart Cities se relacionam em diversas maneiras. Os indicadores de cidades inteligentes como a energia, meio ambiente, meios de transporte, consumos de recursos e consumo de água podem ser medidos, comparados e analisados a partir da tecnologia da IoT.
O crescimento contínuo da população em todo o mundo exige que as cidades desenvolvam soluções como resposta às necessidades sociais. Por essa maneira, as cidades inteligentes utilizam de meios tecnológicos para otimizar a entrega dos serviços públicos e melhorar a qualidade de vida da população.
ISO 37120
A ISO 37122 surge a partir da ISO 37120, uma norma técnica com indicadores de sustentabilidade.
Considerado como complemento à ISO 37120, a ISO 37122 para cidades inteligentes define os conceitos que tornam uma cidade mais avançada, ou como o nome já diz: smart city.
A ISO foi desenvolvida para que as cidades possam avaliar e medirem seu progresso em direção à inteligência e à sustentabilidade, por meio de um conjunto de indicadores específicos.
Através desses indicadores, é possível identificar lacunas e oportunidades de melhorias e tomar decisões para o desenvolvimento de sua infraestrutura e serviços.
Ficou curioso para entender mais sobre a ISO 37122 para cidades inteligentes? Continue a leitura!
O que é a ISO 37122 para cidades inteligentes?
A ISO 37122 para cidades inteligentes é uma norma internacional que desempenha um papel crucial para a implementação de serviços com o uso de tecnologias inteligentes na gestão das cidades.
Em outras palavras, a norma e todos os seus indicadores são fundamentais para monitorar o progresso do uso da tecnologia e o desenvolvimento do município como um todo.
Nesse contexto, o documento apresenta indicadores que direcionam a aplicação de sistemas de gestão urbana, políticas públicas, programas e outras iniciativas voltadas para smart cities.
E para isso, é necessário cumprir requisitos que:
- Respondam a desafios como as mudanças climáticas, o rápido crescimento populacional e a instabilidade política e econômica;
- Utilizam informações de dados e tecnologias modernas para oferecer melhores serviços e qualidade de vida para aqueles que estão na cidade;
- Proporcionem um melhor ambiente de vida;
- Alcancem os seus objetivos ambientais e de sustentabilidade de forma mais inovadora.
Como surgiu a ISO 37122 para cidades inteligentes?
A ISO 37122 para cidades inteligentes surgiu a partir da ISO 37120 – uma norma técnica voltada para indicadores de sustentabilidade. Ela foi publicada em janeiro de 2017 e aborda desde dados ambientais quanto questões sociais, econômicas e serviços urbanos.
ISO 37120 para projetos socioambientais
Você acredita que a NBR 37120 surgiu por meio de uma necessidade acadêmica?
Isso mesmo! A Escola Politécnica da Universidade de São Paulo foi responsável por coordenar a CEE-268 e a comissão por adequar a ISO 37120 ao território brasileiro.
Para isso, foi necessário aprofundar uma série de pesquisas sobre o uso da norma em outros países ㅡ e assim foram identificados mais de 150 sistemas de medição, desenvolvidos e adotados por nações como os Estados Unidos, França, África do Sul, Inglaterra, Austrália e até mesmo outros sistemas no Brasil.
O grupo precisou realizar uma avaliação a nível técnico-científico de todo o documento para conseguir adequar ele a uma norma NBR ISO.
Por esse motivo, a ISO 37120 é o passo inicial para a criação de sistemas de certificação. Ou seja, é uma ferramenta básica, que sintetiza tudo o que já existe de conhecimento dessas certificações.
Por fim, a principal contribuição da ISO 37120 é oferecer indicadores de sustentabilidade para cidades interessadas, para que os prefeitos possam avaliar o quão sua cidade é viável do ponto de vista ambiental.
ISO 37122 para cidades inteligentes
Em maio de 2019, foi apresentada uma nova ISO com o objetivo de medir a inteligência das cidades, permitindo comparações entre municípios e até mesmo países.
Dessa forma, a ISO 37122 para cidades inteligentes engloba uma série de critérios que avaliam como as cidades estão se aproximando dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Com a população urbana mundial ultrapassando 8 bilhões de pessoas em 2023 ㅡ segundo dados da ONU, a gestão sustentável é de extrema importância e a adaptação dos municípios a conceitos pré-estabelecidos se faz cada vez mais necessário.
E para a Organização Internacional de Normalização, é impossível que essas mudanças sejam feitas sem que haja a medição dos conceitos citados anteriormente.
Confira como é feito esse processo na prática:
Como funciona a ISO 37122 para cidades inteligentes?
Como mencionado acima, a NBR 37122 para cidades inteligentes permite por meio dos indicadores, medir e avaliar as performances em áreas de eficiência de serviços municipais ou a qualidade de vida que a cidade oferece aos cidadãos.
É com a análise desses resultados que se faz a possibilidade de comparação com outras cidades e, a partir disso, são encontradas soluções inovadoras para problemas específicos.
Implementar a ISO 37122 para cidades inteligentes é uma forma de impulsionar os municípios a se tornarem inteligentes e também, para que possam responder aos desafios de crescimento populacional e as alterações climáticas de forma mais eficaz em relação ao que é feito atualmente.
E claro, que a tecnologia também tem o seu papel para essa solução. Confira abaixo como isso é possível!
O que a ISO 37122 para cidades inteligentes tem a ver com a Internet das Coisas?
Esse termo, que está se popularizando cada vez mais, se refere à uma rede de objetos físicos interconectados que podem coletar e trocar dados.
Esses objetos podem ser de qualquer natureza, desde dispositivos domésticos inteligentes até máquinas industriais. Ou seja, é uma tecnologia completa independente do meio ou forma que será utilizado.
Na prática, a Internet das Coisas pode ser aplicada para medir pontos necessários e atender os indicadores que a ISO 37122 para cidades inteligentes exige.
Por isso, de acordo com um relatório da McKinsey & Company, até 2025, 70% das cidades do mundo terão adotado pelo menos uma solução de IoT.
Conheça os indicadores específicos em que a IoT pode ser usada para medições estabelecidas pela ISO 37122 para cidades inteligentes:
Meio ambiente e mudanças climáticas
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a poluição no ar é responsável por cerca de 7 milhões de mortes prematuras a cada ano.
Para amenizar e até mesmo reverter esse cenário, é possível contar com os dispositivos IoT e os indicadores da ISO 37122 para cidades inteligentes para isso. Mas como?
Com o uso de sensores modernos e tecnológicos, os dispositivos são capazes de medir partículas de monóxido de carbono, ozônio, dióxido de hidrogênio e dióxido de enxofre.
Conforme o nível de modernidade da máquina para fazer essa medição, o custo tende a ser mais baixo em diversos sentidos, inclusive, na diminuição do consumo de energia elétrica.
Entretanto, as versões mais avançadas da tecnologia de IoT já estão sendo operadas por energia solar e podem até ser usadas debaixo d’água.
Monitoramento da qualidade do ar interna de edifícios
Segundo a ISO 31722 para cidades inteligentes, a qualidade do ar em edifícios e espaços ocupados por humanos é um dos indicadores a serem analisados.
A temperatura, umidade e até mesmo a quantidade de ozônio no ar podem ser monitoradas em tempo real por meio de dispositivos que realizam a medição de forma padronizada, independente do local avaliado.
Dessa forma, ambientes como edifícios públicos, escolas, hospitais e locais de trabalhos tem a qualidade do ar interno monitorada e corrigida, uma vez que o bem-estar dos ocupantes nesses locais é de extrema importância.
Gestão da iluminação pública
A gestão da iluminação pública é sem dúvidas, é um grande desafio para a gestão municipal, pois envolve a manutenção de uma grande infraestrutura distribuída por toda a cidade. Nesse caso, a conexão entre softwares e dispositivos IoT pode ser a solução!
Softwares como o da Exati são projetados para controlar e gerenciar de maneira centralizada as operações de iluminação em uma cidade.
Além disso, um sistema de telegestão complementa essa solução. Uma vez que a tecnologia possibilita o monitoramento e controle remoto dos pontos de luz através de sensores e conectividade online.
E claro que as duas tecnologias quando integradas, resultam em uma gestão de iluminação pública mais eficiente. Na prática, isso significa que:
É possível ajustar a intensidade da iluminação conforme as condições ambientais e a demanda, sem a necessidade de deslocar equipes para cada ponto de luz. E ainda, os indicadores de funcionamento e qualidade podem ser obtidos por meio dessa integração em tempo real.
Gestão de resíduos sólidos
De acordo com a ISO 37122 para cidades inteligentes, é preciso que os sistemas de gestão de resíduos sólidos sejam projetados para minimizar o impacto ambiental e melhorar a eficiência operacional dos profissionais de limpeza urbana.
Além disso, a norma também exige que os sistemas sejam capazes de coletar e analisar dados sobre a geração, coleta, transporte, tratamento e disposição final dos resíduos sólidos.
Dessa forma, os dispositivos de telemetria cujo objetivo é coletar e transmitir dados remotamente e podem ser utilizados em informações como: localização dos caminhões de coleta, o trânsito, as obras em andamento e o volume de resíduos em lixeiras.
Com o controle e gestão de dados, é possível tomar decisões mais assertivas para otimizar processos de coleta. Dessa forma, evita-se que os resíduos fiquem mais tempo nas ruas e as ocorrências sejam atendidas antes do prazo.
Mobilidade urbana
Um dos indicadores da ISO 37122 para cidades inteligentes envolve a mobilidade urbana.
E uma das soluções mais avançadas para cumprir os requisitos são os sistemas de transporte inteligentes.
Isso porque a ISO 37122 para cidades inteligentes exige que os dispositivos sejam projetados para melhorar a eficiência, a segurança e a sustentabilidade dos transportes.
Por exemplo: um sistema de vagas inteligentes disponibiliza o status em tempo real das vagas livres para estacionamento.
Dessa forma, é possível garantir ao usuário previamente o local em que irá ou não estacionar, o que diminui o tempo e o gasto de combustíveis.
Controle e gerenciamento hídrico
A gestão hídrica é outro indicador da ISO 37122 para cidades inteligentes.
Trata-se de indicadores e requisitos para a implementação de dispositivos de água inteligentes, abrangendo todas as fases do ciclo, desde o planejamento até a operação.
Em outras palavras, o sistema hídrico inteligente é um dispositivo para controlar os níveis de pH da água e a pressão da água residual nos sistemas de cano de toda a cidade.
Esse monitoramento faz com que seja possível identificar possíveis problemas, como irregularidades no cano e falhas na distribuição de água.
Dessa forma, evita-se o vazamento de água por horas e impede desperdícios de recursos e danos ao meio ambiente.
Conclusão
Percebeu que, para que as cidades sejam ainda mais inteligentes, é importante que haja a presença de normas que regulamentem os indicadores essenciais?
E é isso que a ISO 37122 para as cidades inteligentes faz!
Foi bom ter você aqui. Continue acompanhando o nosso blog e fique por dentro das novidades da ISO 37122 para cidades inteligentes!
Exati
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