Desde 2010 o Brasil instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS, Lei nº 12.305/10), com o objetivo de reduzir a geração de resíduos. A política tem como proposta hábitos de consumo mais sustentáveis, incentivar a reciclagem, promover soluções para coleta de lixo seletiva, a destinação correta de rejeitos além da responsabilidade compartilhada dos geradores de resíduos

Dentro desta política foram estabelecidos planos integrados para o cumprimento dos objetivos da PNRS, tendo abrangência nacional, estadual, municipal e intermunicipal. 

Esses planos foram postulados para as administrações públicas planejarem a melhor forma de gerir os resíduos, abrangendo o ciclo desde a geração do produto até o descarte adequado

Tendo em vista esse contexto, o Perfil dos Municípios Brasileiros (MUNIC), divulgado em 2017 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Pesquisa (IBGE), trouxe dados importantes a respeito da coleta de lixo e gestão de resíduos nas cidades do território nacional

A pesquisa teve como base se o município possuía ou não um Plano Integrado de Resíduos Sólidos. Os resultados mostraram que 54,8% dos municípios brasileiros possuem este plano.

Ou seja, mesmo que quase 55% dos municípios disponham de um plano de resíduos sólidos, quase metade das cidades brasileiras ainda não possuem este planejamento

Dessa forma, entendendo os desafios propostos pela PNRS, queremos apresentar soluções para a gestão de resíduos e a coleta de lixo de forma otimizada. Acompanhe!

Quais as soluções para o problema do lixo?

Ainda que o lixo seja um desafio constante para os centros urbanos, é possível evitar ou pelo menos minimizar impactos ambientais com tratamento e disposição correta dos resíduos.

Confira a seguir alguns exemplos para combater o problema do lixo nas cidades brasileiras.

Reciclagem

Não é novidade para ninguém: a reciclagem é o caminho mais eficiente para minimizar a degradação da natureza, o acúmulo de resíduos e preservar recursos naturais que são limitados.

Infelizmente, o Brasil produz mais de 240 mil toneladas de lixo por dia, dos quais 45% são recicláveis. Entretanto, apenas 4% desse total é reciclado. Segundo a Associação Empresarial para Reciclagem (CEMPRE). 

Portanto, o processo de reaproveitamento do lixo descartado, dando origem a uma nova matéria-prima representa melhorias significativas na gestão ambiental. Além disso, a saúde pública também melhora e abrem-se novas oportunidades de geração de emprego e renda.

Logística Reversa

O processo de logística reversa ganhou força a partir da publicação da PNRS e tornou-se uma solução para a sociedade evitar qualquer tipo de desperdício, poluição e má gestão dos resíduos que possam acarretar em problemas ambientais.

Portanto, a logística reversa promove a coleta de lixo, reuso, reciclagem, tratamento e disposição final adequada dos materiais após seu consumo.

Na prática, empresas, órgãos públicos e consumidores são os responsáveis pelo retorno sustentável e o descarte correto dos resíduos ao longo do ciclo produtivo.

De acordo com a CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) em três anos, mais do que dobrou a quantidade de organizações que possuem políticas de logística reversa no estado. Dessa forma, São Paulo responde por cerca de 50% das empresas totais do país com esse modelo de gestão de resíduos.

Biodigestão

Com capacidade de reduzir cerca de 40% na emissão de gases de efeito estufa, a biodigestão é uma das melhores práticas para a destinação correta de resíduos orgânicos, de acordo com especialistas do setor.

O biodigestor é um equipamento que acelera o processo de decomposição da matéria orgânica, que geram o biogás. Na prática, o material sólido é separado do líquido para que bactérias possam digerir e consequentemente, gerar o biogás.

Em outras palavras, a tecnologia converte lixo em biocombustível. Em larga escala, ainda é possível reaproveitar o resíduo orgânico para produzir fertilizantes com menor impacto ambiental.

Incineração

A técnica da incineração tem como objetivo reduzir a quantidade de lixo e, consequentemente, diminuir o volume de resíduos em aterros sanitários

O processo consiste na queima controlada de resíduos em temperaturas elevadas sem gerar efluentes líquidos. Já os gases poluentes, são tratados em um sistema de purificação – evitando a emissão de gases tóxicos na atmosfera.

Além disso, com a redução de 85% do volume de resíduos, o tratamento de lixo por meio da combustão é capaz de gerar energia térmica, que posteriormente pode ser transformada em energia elétrica

Entretanto, o aproveitamento energético de resíduos através da incineração é uma prática pouco utilizada no Brasil. Em contrapartida, a técnica merece a atenção do poder público, quando somada às estratégias de consumo consciente e redução de desperdício

Créditos de carbono

Os créditos de carbono foram introduzidos como um conceito sugerido no Protocolo de Kyoto e tornou-se um compromisso entre países de vários lugares do mundo para diminuir a emissão de gases de efeito estufa

Em suma, a cada uma tonelada de carbono não emitida à atmosfera, gera-se um crédito de carbono. Isso significa que, quando um país cumpre a meta, recebe a certificação do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) podendo comercializar seus créditos de carbono com países que não alcançaram suas metas.

De acordo com o último relatório do MDL em 2016, o Brasil ocupava a terceira posição em projetos com créditos de carbono. Em números, o país reduziu cerca de 375 milhões de CO2, correspondendo por 4,9% do total mundial. 

Dessa forma, o mercado de crédito aposta no monitoramento, regulamentação e comercialização para diminuir os gases que provocam problemas ambientais associados às mudanças climáticas.

Quais são as soluções para coleta de lixo?

Para a construção dos principais tópicos que podem otimizar a coleta de lixo, utilizaremos exemplos práticos já aplicados nas cidades brasileiras

Dessa forma, as soluções encontradas pelas cidades podem servir como modelo para demais municípios. 

Coleta seletiva: casa a casa

A coleta seletiva diz respeito a separação do lixo convencional (orgânico) do reciclável, como papéis, plásticos, vidros, metais, sucatas e outros.

A capital do Paraná, Curitiba, é um dos exemplos mais marcantes quando se fala em soluções para coleta de lixo. A cidade investe em programas e projetos para a gestão de resíduos como um todo, se destacando na forma que realiza esses processos. 

Nesse sentido, o programa de sucesso e exemplo de otimização implantando em Curitiba é o “Lixo que não é lixo”. O projeto diz respeito à coleta regular dos resíduos recicláveis nas residências e estabelecimentos comerciais. 

A operação conta com cerca de 2 mil colaboradores que fazem a coleta nos domicílios da cidade. Dados divulgados pela prefeitura revelam que 7.642 toneladas de resíduos recicláveis foram recolhidos pelo programa

As coletas ocorrem no período diurno, vespertino e noturno, além de contemplar 100% das casas localizadas dentro da cidade

Parcerias público-privadas

As parcerias público-privadas (PPPs) são aquelas firmadas entre gestão pública e empresas privadas para a resolução de alguma demanda que tenha interesse coletivo. Com relação a soluções para coleta de lixo, empresas podem prestar este serviço no modelo de PPP, gerindo os resíduos da cidade. 

Um exemplo de sucesso desta prática é a cidade de Piracicaba, que tem todo o lixo doméstico coletado e reciclado. A cidade conta com uma parceria de uma empresa privada responsável por todo o ciclo da gestão dos resíduos, desde a limpeza das ruas, coleta residencial, separação do lixo e envio para empresas de reciclagem. 

Dessa maneira, a cidade foi favorecida com uma coleta otimizada e inteligente através de uma gestão de resíduos realizada de forma completa. 

Educação ambiental

Segundo o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2018/2019, 79 milhões de toneladas de resíduos foram gerados no país. A estatística mostra o quanto é importante pensar em estratégias para que haja formas de produção e consumo mais conscientes, diminuindo o volume de lixo produzido

Pensando na educação ambiental, o município de Salto, em São Paulo, possui um ecoponto – lugar onde os cidadãos podem levar seu lixo para descarte. Porém, não é apenas isso: o local, também chamado de ponto-escola, é um ambiente de aprendizado teórico e prático

Localizado na praça da cidade, o ponto-escola pode ser visitado com a ajuda de um guia que mostra como funciona o caminho do lixo, os processos de reciclagem e de que forma os resíduos podem ser entendidos a partir de um ciclo

Para isso, os materiais utilizados para a construção e paisagismo de alguns espaços do ecoponto são reciclados, mostrando para a população a aplicação prática da gestão de resíduos. 

Além disso, o lixo orgânico levado para o local é transformado em adubo para o plantio de árvores que são utilizadas na arborização da cidade

Dessa forma, Salto é um ótimo exemplo de cidade que, além de gerenciar de forma eficiente os seus resíduos, se destaca na educação ambiental.

Conclusão

A geração de resíduos é algo comum a todas as cidades e deve ser tratada como prioridade por elas. Para a adequação dos municípios aos princípios da PNRS, é preciso pensar em estratégias para a melhor administração dos resíduos

É por isso que cidades como a de Curitiba e Salto contam com empresas como a Exati, especialista na gestão eficiente dos resíduos sólidos urbanos.

Através de um software de gestão inteligente, é possível realizar, por exemplo, o acompanhamento da rota da equipe de coleta de lixo, otimizando o seu gerenciamento e aumentando sua eficiência. 

Para que você possa entender mais sobre as soluções propostas por uma gestão inteligente de resíduos, acompanhe o nosso blog!